Carta aberta de um vibrador à Angélica.
Atualizado: 25 de Set de 2020
Escrevo essa carta em minha casa: a gaveta do seu criado mudo.
Estou confortável, é verdade.
Mas triste, muito triste.
Quando aqui cheguei era, como diria Ari Barroso, mais vivo e ligeiro que um saci.
Saia da gaveta com ânimo, vibrava com todas as minhas forças.
Fazia meu trabalho com prazer. E quanto maior o prazer dos usuários, ainda maior era o meu.
O tempo passou. Minhas baterias estão mais fracas.
O mundo mudou. Antigamente eu servia às mulheres, aos homens,
ou aos dois. Hoje, estou confuso com LGBTQQICAPF2K.
Mas amadureci e tenho consciência dos meus direitos.
Numa palavra: Estou cansado de ser tratado como um objeto sexual.
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