Prefiro as manhãs.
Sem dúvidas, prefiro as manhãs
Que me perdoem as tardes
As noites e as madrugadas
As manhãs são mais minhas
As noites são das fronhas
E as madrugadas, dos sonhos
As manhãs são começos
As tardes são bocejos
E as noites, dos morcegos
Sem dúvidas, prefiro as manhãs
Ponho a esperança e a manteiga na mesa
E passo geleia na tristeza
Os cheiros, os sons e as cores também acordam mais cedo
Trazem a fé e o pó do café
A manhã é o orgulho do galo ao ver o homem desperto
A manhã é uma poesia de João Cabral de Melo Neto
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