Quer que faça o que?
Quando a gente vota errado, é difícil reconhecer.
É difícil expor ao mundo o nosso equívoco e arrependimento.
Mas a História é generosa.
E oferece os álibis que precisamos para corrigir nosso erro,
Eu votei no Lula.
Muitas vezes e também no primeiro mandato.
No final do primeiro mandato, o Mensalão já era conhecido.
E Lula disse que não sabia de nada.
A História me deu o álibi que precisava.
Ao afirmar que as acusações contra Zé Dirceu precisavam ser investigadas e que ele não sabia de nada, Lula assumiu a cumplicidade pelos crimes evidentes.
Foi nesse dia que eu desisti do PT.
Pronto. Me libertei das minhas decisões passadas.
Você que votou no Bolsonaro, já teve muitas chances de admitir o erro e se arrepender.
Mas é uma decisão sua, sei lá. Você pode não ter se convencido.
Hoje não.
Hoje você não tem mais o direito de continuar apoiando este canalha.
Porque hoje, como o Lula no Mensalão, uma única frase do presidente comprova que sua incapacidade de governar não se limita à incompetência.
Bolsonaro, hoje, provou que é leviano, que não tem o menor respeito pela vida dos brasileiros.
Hoje, Bolsonaro, numa única frase, retirou de todos os seus eleitores o direito de apoia-lo.
A frase foi simples, direta, sem nenhuma possibilidade de ser mal interpretada.
Foi uma resposta a uma jornalista.
Questionado sobre o fato de que o Brasil passou a China em número de mortes pelo novo coronavírus, Bolsonaro respondeu com 15 palavras que mostram quem ele é:
E daí? Lamento, quer que faça o que? Eu sou Messias, mas não faço milagre.
Sua claque riu.
Os imbecis que o aplaudem, compartilharam a anedota com a morte de mais de 5 mil brasileiros.
A partir de hoje, Jair Bolsonaro não pode mais ser defendido por nenhum cidadão de bem.