Um impostor entre nós
- Os Impostores, bom dia.
- Oi. Aqui é o Cássio Zanatta.
- Cássio! Seja bem-vindo, adoramos que você topou entrar para o time.
- Pois é, estou ligando por isso mesmo. Não fui eu que aceitei.
- Como?
- É meio difícil explicar, mas quem está escrevendo para vocês não é o Cássio Zanatta não. É um impostor.
- Não pode ser.
- Não só pode, como está acontecendo. E isso está me tirando o sono.
- Entendo.
- Já, já, o Cássio impostor começa a escrever coisas que eu jamais diria. Falar mal de São José do Rio Pardo. Tecer um ode à sambuca. Traduzir para o português letras de funk. Ou (ai) elogiar o Alexandre Pato.
- De fato, é grave.
- Não posso me expor assim. Tenho um nome a zelar e seguidores a incluir.
- E agora?
- Vamos fazer assim: vou começar a enviar textos para vocês. Muitos. Aos borbotões. Hordas de letras. Farândulas de linhas. Alcateias de parágrafos. Assim, quando o Cássio impostor quiser publicar, eu terei chegado antes.
- É boa.
- Vou começar agora mesmo. Daqui a pouco mando o primeiro.
- O segundo, você quer dizer. Este é o primeiro.
- Mas isto não é um texto! Quer dizer, é. É e não é.
- Hum. Sei não, mas acho que eu estava gostando mais dos textos do outro Cássio. O impostor. Pede para ele mandar mais?
- Mas eu mal conheço este impostor!
- Tudo bem. Você finge que é ele, e ele, que é você.
- Você acha que isso pode dar certo?
- Não. Mas logo saberemos. Ah, outra coisa: você ligou errado. Aqui não é dos Impostores.